Oportunidades no Novo Ano

O início do novo ano é uma boa altura para fazermos uma reflexão sobre as oportunidades que emergem para potenciar o sucesso das nossas empresas. Este ano há alguns temas que poderão ser especialmente relevantes:

O Brexit que finalmente iniciará em março, embora nenhuma das partes esteja segura do impacto que terá nas economias da União Europeia (EU) e do Reino Unido. Para o nosso país e para as nossas empresas esta poderá ser uma janela de oportunidade para reforçar parcerias e negócios no Reino Unido, aproveitando a boa imagem que os Portugueses têm neste país e as seculares relações de cooperação.

As eleições e perspetivas eleitorais para a França, Alemanha e Holanda em que as forças radicais e antieuropeias se reforcem com impacto no projeto europeu. Estes processos eleitorais surgem na sequência da vaga de atentados que assolou a Europa em 2016 e em especial na França e na Alemanha, pilares fundamentais da construção europeia e que tornam a situação mais complexa nos respetivos países. Estes eventos afetam negativamente a confiança dos agentes económicos condicionando o crescimento económico da zona euro.

No nosso país, pelo contrário, as forças xenófobas e antieuropeias não têm significado. A distância e as características periféricas do nosso país distanciam-no dos atentados, podendo ser um porto de abrigo para investidores de países do centro da europa e um local onde possam viver em paz, com um clima ameno. Esta dimensão, além de permitir o desenvolvimento do turismo e da construção civil, poderá permitir consolidar a imagem de Portugal na Europa atraindo novos negócios.

O conflito na Ucrânia mostra de forma clara a política de expansão da Rússia, fazendo regressar à Europa velhos medos de conflitos armados. As sansões impostas pela UE à Rússia, na sequência da anexação da Crimeia e do conflito na Ucrânia, condicionam os negócios entre empresas dos dois espaços económicos, podendo prejudicar a nossa economia.

O mundo vai ser marcado pela posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujos propósitos são diferentes das políticas seguidas pelos seus antecessores, impondo restrições ao comércio internacional, fechando o mercado americano e apoiando a criação de emprego no seu país em indústrias tradicionais. Esta política de reindustrialização do país vai permitir criar empregos e trazer de volta aos Estados Unidos empresas que se deslocalizaram. Neste novo paradigma, em que é necessário desenvolver uma base industrial nacional para garantir a sustentabilidade do emprego e das economias, abre uma oportunidade para que se possa reforçar também no nosso país esta dimensão industrial.

A eleição António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas no âmbito de um processo aberto e competitivo veio reforçar a posição de Portugal e dos portugueses no âmbito da cooperação e diálogo internacional.

A conquista do campeonato europeu de Futebol e a consagração de Cristiano Ronaldo como desportista de elite a nível mundial salientam o sucesso dos portugueses em atividades muito competitivas e em que o trabalho em equipa é fundamental.

A emergência da digitalização e da integração de tecnologias, bem patente no paradigma da indústria 4.0, e o desenvolvimento e aplicação generalizada da inteligência artificial na nossa vida e nos negócios irão abrir novas janelas de oportunidade. A excelência da formação nestas áreas e o conhecimento que existe nas Universidades portuguesas vai permitir que o nosso país e as nossas empresas aproveitem esta oportunidade.

A realização da Websumit em Portugal nos próximos anos irá certamente atrair novas tecnologias e novos empreendedores ao nosso país, com impacto positivo no crescimento e desenvolvimento do país e do tecido empresarial nacional.

Finalmente, não posso deixar de referir importantes trunfos dos portugueses: a capacidade de diálogo, a capacidade de improvisação (adaptação) a circunstâncias complexas e a excelência da formação nas escolas portuguesas de ensino superior, que permite disponibilizar no nosso país pessoas de elevada qualidade a um custo muito competitivo.

Vale a pena aproveitar estas oportunidades?   

O poeta Fernando Pessoa na Mensagem dizia “Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar. Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena”.

Por Gabriel Silva

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